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Biografia e foto:
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IRIS CASTELO BRANCO MORATO
( Minas Gerais – Brasil )
Iris Castelo Branco Morato, filha de Estanislau Castelo Branco e Maria José Castelo Branco, nasceu da cidade de Pompeu (MG), antigo Buriti da Estrada, em 30/04/1915, onde viveu até os primeiros anos de sua juventude e iniciou sua carreira no magistério, na qual, além de exercer cargos de orientação pedagógica, também foi diretora de diversas escolas públicas na capital mineira.
Formada pela Escola de Aperfeiçoamento foi pioneira em métodos modernos de ensino em Minas Gerais e no Brasil. Casou-se com o escritor e poeta Eugênio Morato e dessa união nasceram cinco filhos. A literatura sempre fez parte da sua vida; quando aluna, escrevia no jornal de sua escola poemas como: "Brasil que eu amo", "Alma das coisas", "Quando meu amor se foi" e muitos outros. Como professora escreveu um livro de pré-alfabetização: O Chico carrapatinho e fez diversas adaptações de peças teatrais infantis para escolas sob sua direção, dentre as quais "A vendedora de fósforos", exibida no Teatro Francisco Nunes, em Belo Horizonte.
Aposentada continuou a escrever, dando corpo a novas idéias. Iris Morato foi membro da Academia Feminina Mineira de Letras desde sua fundação, em 1983, ocupando neste sodalício a cadeira nº 16, que ora tenho a honra de receber.
Nesta Casa colaborou com diversos trabalhos literários: no primeiro livro publicado pela Academia, reverenciando sua patrona Francisca Júlia da Silva, com o artigo: "Academia Feminina Mineira de Letras, em Festa"; no livro Clarissas em letras, apresentou trabalho biográfico-literário de Santa Clara, patrona da Academia, intitulado: "Santa Clara, a clarividente"; em Hora da graça, com o poema "Paz-interior"; em AFEMIL literatura em destaque, artigo: "Vida – Criação da Mulher – Louvor à Mulher"; na revista Literatura em movimento, o poema "Nuvens", finalmente, em 1995, publicou Mergulho no Cosmo.
Esta obra foi dividida por Iris em cinco partes: "Êxtase de Amor", homenageando os filhos e, principalmente, o marido, grande amor de sua vida; "Reminiscências", falando da infância e dos doces momentos da vida no interior; "Refletir", escrito na maturidade, fase de reflexão; "Panteísmo", abordando com lirismo e sensibilidade a dura realidade da vida; e, "Além do Finito", registrando seu lado místico, deixando fluir no imaginário o desejo de habitar outras galáxias, como fala em Viagem pelo intermúndio.
SANTOS, Diva Ruas. Antologia da Poesia Mineira. Belo Horizonte: Ed. Cuatiara, 1992. 192 p. Capa e montagem Maxs Portes. Editora: Diva Ruas Santos - Apresentação: Alberto Barroca.
Ex. bibl. Antonio Miranda
LIBERDADE
Liberdade,
onde estás,
ó Liberdade?
Ser liberto
é ser filete d´água
riacho cantante
sem pretensão de mar.
É ser flor agreste
que brota nos grotões
sem a vaidade
de enfeitar a vida
ou de a morte enfeitar.
É ser colibri andejo
que faz festim
desvirginando a flor.
É ser estação do ano
renovando coisas
na mutação do tempo.
É ser ar
que doa
alimenta a vida
sem nada exigir.
É ser planta
que nasce
e renasce sempre
dando frutos
que alimentam
que crescem
se multiplicam
quanto mais se dá.
É ser tal o beija-flor
que ama
em bodas matinais
farfalhando penas.
Ser liberto
é despojar-se
do metal dourado
como ensinou Jesus.
Ser liberto
viver
como a água
que corre
corre...
E dentro desse cáos que debato!
Ora sigo dos pássaros o rumo,
em vôo, extraordinário, de conquista;
ora ao nada dos nadas eu me abato,
e no anseio da prova me consumo.
Porque preciso transmitir aos entes
que têm velada a vista
a luz que indica as causas transcendentes.
Ajude-me amigo, neste afã,
para que os tardos cegos de hoje sejam
missionários de amanhã.
*
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Página publicada em agosto de 2022
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